Um fodáximo evento de lançamento, obviamente não o único ao redor do mundo, marca e emociona os fãs antes mesmo da estréia. Graças ao Cinema Lumiere, aqui na cidade QG doCinemista, fãs de toda estirpe puderam conferir em primeira mão o filme de “despedida” de uma saga de 14anos. Tendo comentado quase todos os filmes, comparecido em todas as pré-estréias e ter vislumbrado apenas o primeiro livro, minha missão foi claramente de assistir a saga como ela é, uma série de 8 filmes sobre um orfão que cresceu para ser mais do que um bruxo, mas uma inspiração aos colegas e aos espectadores. A jornada do herói, não feita em 3 atos, mas em 10 anos, termina com uma batalha épica, muitos efeitos especiais e lágrimas fuderosas de fãs ao redor do globo.
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Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 começa exatamente de onde o último parou, com Voldemort pegando a varinha fuderosa de Dumbledore diretamente de seu túmulo e então mostra a contínua busca pelas Horcrux e como o Lorde das Trevas estar ganhando a gerra tem repercutido. Tudo se intensifica cada vez mais e a busca os leva novamente para Hogwarts, onde a batalha final será travada entre Você Sabe Quem e O Menino Que Sobreviveu.
Ficaria repetitivo atestar a genialidade de David Yatesao dirigir estes últimos filmes, com raríssimas escorregadas, ele fez o melhor que pode com o roteiro de Steve Kloves. Nennhum dos dois poderiam nunca retratar o livro, mas acredito que a muito tempo a idéia de nenhum dos dois foi essa. Baseados em, mas nunca descritos por, os livros serviram de base filosófica para a série. Talvez seja o melhor momento para reconhecer o trabalho na produção de David Heyman, que não apenas topou dividir esse último livro em dois filmes, como acabou lançando moda… Seguida obviamente por Crepúsculo e O Hobbit. Também desnecessário dizer que a participação de J.K. Rowling no processo criativo vem com grande salva de palmas. Não seria nada nem próximo de tamanha adoração dos fãs se não fosse isso.
No quesito atuação, podemos finalmente ver todo o potencial, não apenas de Ralph Fiennescomo Voldemort, mas de Alan Rickman em sua derrocada para o desfecho surpreendente da história e de Severo Snape. Quem não tremeu em sua atuação como diretor de Hogwarts. Quem não ficou emocionado com um dos personagens mais ambíguos da saga, capaz de parecer o mais inescrupuloso e ao mesmo tempo o mais amoroso de todos os personagens Potterianos. O resto é mais do mesmo, mas tem que se levar em consideração a última genial participação de Michael Gambon como Dumbledore, que explica, elucida, conforta e elogia os fãs indiretamente através de seu discurso final. Não é apenas uma saga que fala sobre amor, mas em um momento de meta-linguagem, é uma parte da saga que fala sobre a saga, sobre acreditar, sobre gostar de algo inexplicavelmente, como os jovens, adultos e idosos que acompanharam essa saga. Além disso, tem a chance de mostrar um Dumbledore sinistro, desconhecido e instrumentalista, capaz de tudo.Mas, todos vão concordar que a estrela revelação da película fica para o garoto que crescer e apareceu, Matthew Lewis, na pele de Neville Longbottom. Não apenas cresceu o personagem, mas o ator, que continuou a inspirar, fazer rir e quase chorar em suas curtas falas e sua atuação exemplar. Quase um líder de Hogwarts em momentos difíceis, conseguiu cumprir a árdua tarefa imposta pelo personagem. Também, impossível dizer que todo o cinema vibrou com a atuação das veteranas Maggie Smith (Minerva) e Julie Walters (Mamãe Weasley). Impondo respeito e emocionando nos momentos certos. Talvez a melhor de todas as atuações, vá para a melhor e mais reconhecida atriz da película, Helena Bonham Carter, que além de interpretar a nojentíssima Bellatrix, conseguiu fazer uma perfeita Hermione. Isso sim é desafio.
Esta foi a mais curta película da franquia, com suas parcas duas horas. No brasil, exibida sem trailers, sem enrolações, sem nada. Direto ao ponto e rápido para terminar. Isso talvez irrite alguns fãs, que esperam mais fidelidade aos livros e portanto muito mais cenas do que as que foram oferecidas, mas o que interessa está lá. E apesar das diferenças com alguns detalhes do livro, toda a essência provavelmente permanece. Tendo assumido a missão de não ler os livros, acredito que tenha sido a idéia que J.K. Rowling decidiu passar, sobre amizade, família, amor e o aprendizado que devemos guardar enquanto crescemos e principalmente depois de adultos. Seja espremido entre anedotas divertidas, piadas engraçadas, cenas de ação fodáximas como a invasão dos comensais em Hogwarts ao lado de gigantes e saqueadores, ou qualquer tipo de insinuação romântica, o que interessa são os valores emocionais que Rowling tenta passar em seus livros.
Nesse ponto, tudo foi perfeito e portanto, qualquer pequena falha entre roteiristas, diretores, produtores e até mesmo os fantásticos atores, deve ser relevada e a análise é feita mais do que parcialmente, por um fã dos 7 filmes anteriores, dando as 5 merecidas estrelas que essa película merece. Todos os pecados perdoados, todos os personagens redimidos e cada coisa em seu devido lugar. Agora é esperar que ninguém fique ganancioso e decida dar uma de George Lucas, recriando sua obra e arruinando memórias tão doces para tantos milhões de fãs ao redor do mundo. Talvez esse tipo de terror, seja o mesmo que cerque para sempre os muros de Hogwarts, pois é importante lembrar, além de tudo que foi ensinado, que não existe bem sem o mal. Não haveria Harry Potter sem Voldemort e não teríamos toda a festa de encerramento sem a tristeza da partida. Um belo adeus para uma longa saga, que agora vai viver décadas e décadas em nossas memórias. Mas a minha maior tristeza, não foi o final da saga, mas a injustiça de Dobby não ter aparecido para Harry junto com todas as pessoas que o amavam. ¬¬ Ele merecia uma homenagem final, vai.
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